46. (De São Paulo de Piratininga) São Paulo : Arqueologia e História de 22, e do antes e do depois : percurso modernista para ser feito, de 6 meses a 1 ano

            Como se sabe, São Paulo foi fundada em meados do século XVI, no Planalto, região que, para ser atingida a partir do litoral, impõe as grandes dificuldades de uma Serra do Mar – área bastante acidentada – recoberta por exuberante/espessa mata do tipo tropical: a Mata Atlântica que, em outros tempos, recobria grande parte da faixa litorânea leste do que veio a ser o Brasil. Durante séculos, a São Paulo de Piratininga enfrentou uma vida de pobreza empreendedora, responsável pelo alargamento das supostas fronteiras da América Portuguesa e pela descoberta do ouro em quantidades apreciáveis, em fins do século XVII, na região que ficou conhecida como as Minas Gerais e que a Coroa Portuguesa – oportunista – desmembrou da Capitania de São Paulo, a qual continuou pobre. Somente com a chegada do café em terras paulistas, e com o desenvolvimento das lavouras cafeeiras, já no século XIX, é que São Paulo, que se tornou Província, veio a conhecer a cor do dinheiro e a dinâmica de uma mudança acelerada, que envolveu crescimento da própria economia cafeeira, aumento da população escrava, imigração, com colônias de parceria e trabalho assalariado, crescimento das cidades, enriquecimento de uma aristocracia branca e/ou remotamente mestiça, que vinha dos séculos XVI e XVII, melhoria das condições urbanas, crescimento das idéias republicanas, abolição da Escravatura, implantação de estradas-de-ferro, aparecimento de pequenos estabelecimentos fabris, substituição de antigas construções de taipa por sólidos edifícios de alvenaria, com arremates de materiais nobres, o que significava ostentação ou simplesmente adequação às novas condições econômico-financeiras (a imponente Catedral da Sé, onde predominam estilemas do Gótico, é construção do século XX e substituiu antigo templo). Embora bastante provinciana, a partir mais ou menos de 1900, a cidade começa a crescer a olhos vistos, processo que não teve descanso até os dias de hoje. Muita coisa teve de ser criada para atender às novas necessidades de uma cidade que se expandia e que começava a apresentar grande diversidade étnica (e explicitar diferenças sociais), o que significava que, além da introdução de novos modos na sociedade paulista e paulistana em especial, a coisa se projetava para um futuro em que haveria substituição das elites – pelo menos em parte – com a ascensão de imigrantes de procedência vária, mas principalmente de italianos. Na 2ª década do século XX, por ocasião da famosa exposição Malfatti (dez. 1917 – jan. 1918), o Estado de São Paulo era, já há algum tempo, o centro mais dinâmico da economia brasileira e isto, mais do que outros fatores, também importantes (existência de uma aristocracia endinheirada e esclarecida, a diversidade étnica etc), determinou o fato de a Pauliceia ter sido o centro de irradiação das ideias modernistas no Brasil. Muito embora ideias arrojadas para a época surgissem também em outras áreas do País, foi em São Paulo que se tornou possível articular um movimento de renovação que mudaria a feição das linguagens das artes no Brasil. Em São Paulo ocorreu, em fevereiro de 1922, a Semana de Arte Moderna, marco importante do Movimento Modernista, que começou antes e cuja 1ª fase se estendeu até a alguns anos depois. Portanto, para quem pretenda se aprofundar no assunto Modernismo brasileiro, é preciso passar uns tempos na Terra Bandeirante – só que, ao invés da tímida e agitada cidade de 1922, o visitante se deparará com uma megalópole assustadora e fascinante, feia com recantos belos, estressante e culturalmente reconfortante, e notará que pouco restou da configuração urbana/arquitetônica que havia nos anos 1920.

            Já andei por São Paulo (para onde me transferi, em 1970) à procura de vestígios de modernistas de 22 ou de depois da famosa Semana de Arte Moderna – decepções e surpresas. E, passados 91 anos [hoje, 98] daquele evento, a cidade, mutante como é, ainda traz, de um modo ou de outro, marcas daquele pessoal que protagonizou mudanças de procedimentos artísticos no Brasil. Houve os que participaram intensamente da Semana e de outros processos, houve os que participaram, não em pessoa, mas com obras, e houve os que nenhuma participação tiveram naquele fevereiro de 1922, mas que se integraram, a seguir, ao grupo de modernistas. (Cheguei a visitar Tarsila do Amaral por duas vezes, em 1968 e 1969. Tarsila não participou da Semana, pois, na ocasião, estava em Paris adquirindo tardiamente repertório artístico – o que a conduziu ao Cubismo de Léger e de outros – visitando museus e artistas e frequentando, para compras, a Maison Poiret. Uma vez de volta ao Brasil, integra-se ao grupo de modernistas. Dá um salto qualitativo a partir de 1923). A cidade tem uma dinâmica raras vezes observada, o que, ao invés de elevá-la, traz-lhe grandes problemas. Daí é que muitas construções vieram abaixo em nome do progresso e da riqueza que São Paulo, como um todo, foi vivendo: antigas construções de taipa deram lugar àquelas com materiais mais nobres e outras, mesmo já construídas com materiais nobres, acabaram cedendo lugar a altos edifícios. Uma das coisas que se dizem de São Paulo é que a cidade nunca fica pronta e que tem o centro-dinâmico sempre deslocado para outras áreas. Mas muito do antigo centro ainda está de pé, destacando-se algumas construções anteriores a 1922, a começar pelo Teatro Municipal (inaugurado em 1911), totalmente restaurado, que abrigou a famosa Semana e é uma instituição ativa. Tenta-se revalorizar o deteriorado centro velho de São Paulo, tarefa difícil – mas esse centro é fascinante. Restaura-se e constrói-se, como a escola de música em que Mário de Andrade lecionou. As ruas a que poemas fazem menção, como a Tabatinguera, a Rua 15 de Novembro, a Rua Direita, a Rua Aurora, a Rua Lopes Chaves lá estão, mas, em grande parte, são outras. Das casas que marcaram época por receber pessoas para discussões e saraus, desde um pré-modernismo, até os anos 1930, só resta a de Mário de Andrade, no bairro central da Barra Funda, justamente a casa da Rua Lopes Chaves (a que se refere Drummond, em poema que homenageia o autor do Macunaíma), porém, sem alma, já que seu importante acervo de livros, obras de arte, móveis e objetos vários foi transferido para o Instituto de Estudos Brasileiros da USP, por aquisição à família, e esse acervo poderá ser visto e estudado, em parte, com autorização especial. Não mais existem: a casa do Senador Freitas Valle (Rua Domingos de Morais), a de Dona Olívia Guedes Penteado (Rua Conselheiro Nébias com Duque de Caxias), a de Oswald de Andrade e Tarsila do Amaral (Alameda Barão de Piracicaba), a de Paulo Prado (Avenida Higienópolis). A da avó de Paulo Prado, Dona Veridiana da Silva Prado (que também dá nome à rua lateral à casa) está inteira – foi sede do Clube São Paulo e recentemente foi adquirida pelo Iate Clube de Santos, que prepara uma de suas alas para visitação pública. A lembrança dos modernistas, pela ou para além da Semana, está por toda parte, com esculturas de Victor Brecheret, de épocas diversas: do “Fauno”, no Parque Siqueira Campos, passando pelo “Monumento às Bandeiras”, no Ibirapuera, à gigantesca e tardia estátua equestre do Duque de Caxias, na Praça Princesa Isabel. E, ainda, de Brecheret: no Museu Brasileiro da Escultura, no Largo do Arouche e no Centro Cultural São Paulo, e em outros museus, que abrigam trabalhos seus, os quais nem sempre estão em exposição. Na Avenida Paulista, o pavilhão do Trianon, referido em vários momentos do Primeiro Tempo Modernista e que, em 1951, abrigou a 1ª Bienal do Museu de Arte Moderna de São Paulo, já não existe – em seu lugar está o MASP, projeto de Lina Bo Bardi e que já se tornou um dos cartões-postais da cidade. A casa dos Thiollier na Paulista, tampouco existe – foi demolida e no lugar, hoje, há o Parque Mário Covas, inaugurado em tempo recente. Casas interessantes, as da família Penteado: a da Rua Maranhão (estilo art nouveau), onde funciona a Pós-Graduação da FAU-USP e a da Rua Ceará com Alagoas (estilo art déco), que é onde se instalou a diretoria da Fundação Armando Álvares Penteado e que não está aberta à visitação pública. O Museu de Arte Brasileira da FAAP possui algumas preciosidades modernistas, de momentos diversos: de Anita Malfatti, Tarsila do Amaral, Victor Brecheret, Flávio de Carvalho (uma série de retratos), Pancetti e Portinari, entre outros, porém, raramente o acervo é exposto e precisar-se-ia de autorização especial para pesquisá-lo, guardado, como está, na reserva técnica. Casas de Guilherme de Almeida e de Sérgio Buarque de Holanda, no belo bairro do Pacaembu – a do 1º tornou-se museu (com várias preciosidades em termos de obras de arte e de livros) e a do 2º passa por adaptações sendo que talvez se torne um centro cultural. Casas Modernistas: Grigori Warchavchik, um imigrante russo, que acabou por se tornar concunhado de Lasar Segall (ambos se casaram com moças da família Klabin, irmãs: Mina e Jenny, respectivamente) foi quem introduziu a arquitetura moderna no Brasil e a cidade possui ainda várias construções que partiram de projetos seus: a casa da Rua Bahia (talvez um pouco descaracterizada), a da Rua Itápolis (inteira) e a da Rua Santa Cruz, em Vila Mariana, em meio ao Parque Modernista, e que foi residência do arquiteto. O Museu Segall (este, um lituano, em 1913 expôs em São Paulo e Campinas, mas suas exposições não chegaram a contribuir para a eclosão do nosso Modernismo, embora, residindo na Alemanha, ele houvesse assimilado o repertório expressionista, que desenvolverá radicalmente em algumas obras. Volta para São Paulo em meados dos anos 1920 e aqui se estabelece, tendo um papel importante na sedimentação de uma linguagem modernista em nossa pintura). O Museu Segall fica na antiga residência de Lasar Segall (projeto de G. Warchavchik) e abriga parte substancial de sua obra. Pela cidade, acoplados à arquitetura, painéis de Di Cavalcanti em pastilha, quando menos se espera. Pelo que me consta, a maioria em bom estado de conservação. No Pátio do Colégio – lugar onde oficialmente São Paulo nasceu – podem-se ver belos edifícios remanescentes do século XIX e da 1ª metade do séc. XX. O edifício do antigo Colégio é uma suposta reconstituição. O Edifício Martinelli, inaugurado em 1929, ainda está lá no centro, à Avenida São João, 35 e, intacto, impressiona. Pode-se ter acesso ao seu terraço, de onde se vê uma São Paulo limitada apenas for algumas formações montanhosas de pouca elevação. O Mercado Municipal conserva sua arquitetura (escritório Ramos de Azevedo) e se constitui numa grande festa para os que apreciam alimentos de toda espécie e de muitas procedências – acabou por se tornar alvo de turistas, raro festival pró-gastronomia que é. Se se dilata a coisa do Modernismo, então, adentramos as obras de Portinari e de Oscar Niemeyer. Quanto a Portinari, o principal conjunto de pinturas faz parte do acervo do MASP, mas também obras suas podem ser encontradas nos acervos da Pinacoteca do Estado, do MAC-USP e dos Palácios do Governo do ESP + Memorial da América Latina, complexo arquitetônico assinado por Oscar Niemeyer, mal localizado num pedaço da Barra Funda (em que o entorno não permite uma melhor visão do conjunto), porém com belas construções em que o estilo ‘Pampulha’ é retomado. Parece que São Paulo, depois de Brasília, é a cidade que possui o maior número de obras do arquiteto: do complexo do Ibirapuera ao edifício Copan. Cemitérios: há o complexo Consolação, que congrega, na mesma gleba, três cemitérios: o da Consolação propriamente, o dos Protestantes e o da Venerável Ordem Terceira do Carmo, ou seja, são necrópoles contíguas. No da Consolação podem ser visitados os túmulos de Dona Olívia Guedes Penteado, que é encimado por um complexo escultórico de Brecheret: figuras com o Cristo morto; o de Paulo Prado, o de Oswald de Andrade, o de Mário de Andrade e o de Tarsila do Amaral. No dos Protestantes, o de Anita Malfatti (que era Krug por parte de mãe: alemães que passaram pelos Estados Unidos e vieram para o Brasil – protestantes). Outros modernistas de São Paulo estão enterrados em outros cemitérios. Sérgio Buarque de Holanda foi cremado e suas cinzas deveriam ser lançadas no Tietê, mas a família considerou o rio muito poluído no município de São Paulo e eu não sei se rumaram mais para o interior, que é onde o Tietê se torna um grande rio e a poluição passa despercebida. Obras em Museus: visitar a Pinacoteca do Estado, aproveitando para dar um passeio pelo Parque da Luz e estações nas cercanias, que eram cenários vistos e vividos pelos modernistas. A Pinacoteca possui obras importantes, principalmente de Brecheret. Pinacoteca Estação (Coleção Nemiróvsky), MAC-USP, MAM (possui alguma coisa que, geralmente fica na reserva técnica, já que o museu, agora com um acervo grande, pois renasceu do quase-nada, continua um museu de curadorias), o MASP, que possui pouca coisa de arte brasileira, mas tem uma obra-prima de Anita Malfatti: “A Estudante”, o IEB-USP, que guarda a coleção importantíssima de Mário de Andrade, porém, com exceção de 3 obras da coleção original do poeta. Há, ainda, o acervo dos Palácios do Governo do Estado de São Paulo, com uma ou outra preciosidade modernista. Bibliotecas: a do IEB-USP, que congrega bibliotecas particulares de algumas celebridades – de Mário de Andrade e Guimarães Rosa, por exemplo. A Seção de Livros Raros da Biblioteca Municipal ‘Mário de Andrade’, a Biblioteca da FAU-USP, e a Biblioteca Mindlin, que começa a funcionar em prédio especial na Cidade Universitária. Dos nossos grandes estudiosos, Aracy Amaral, já octogenária, é a maior historiadora e crítica das artes plásticas do Brasil, sob o signo do Modernismo: grande pesquisadora, reside em São Paulo, mas tem atuado pouco no campo da crítica nos últimos tempos (mas deve ainda ter grande material sobre os modernistas do 1º Tempo, pois ela pôde, da 2ª metade dos anos 60 à 1ª dos 70, conviver com alguns deles (menos Mário de Andrade, falecido em 1945, Oswald de Andrade, em 1954 e Anita Malfatti, em 1964) e entrevistá-los: teve acesso a informações preciosas e fez levantamento de documentos que ainda servirão a mais de uma geração de historiadores. Seus livros sobre as Artes Plásticas na Semana de 22, sobre Blaise Cendrars no Brasil e sobre Tarsila do Amaral, são fundamentais para se ter uma idéia do que foi aquele período. Disse, numa entrevista, que possuía muito material que ela não havia utilizado para os seus livros, inclusive material gravado, com informações de vários níveis e que talvez possam vir a ser utilizadas por outrem, futuramente. Tarsila do Amaral (morta em janeiro de 1973), além de muito culta, escrevia muitíssimo bem e chegou a exercer, por muitos anos (sua família, de aristocratas milionários, passou por graves problemas financeiros a partir da Grande Crise, instaurada com a quebra da Bolsa de Valores de Nova Iorque, em 1929), o jornalismo cultural, em forma de crônicas: inteligentíssima, quando opinava. Geralmente, acertava em cheio, mas essas crônicas ficam ainda melhores quando assumem a feição de memórias: daí, os tempos de Paris, o Cubismo, a vida cultural em São Paulo etc fazem a alegria dos aficionados. Foram editados dois volumes com seus escritos: um pequeno, pela EDUSP e outro alentado, praticamente completo, pela Editora da UNICAMP. Tarsila colecionou e chegou a ter em casa preciosidades, como a mais importante das obras da série ‘Torre Eiffel’, de Robert Delaunay, que hoje se encontra no Instituto de Artes de Chicago, pois vendeu sua coleção (pequena, numericamente falando) em inícios dos anos 1950. Uma obra-prima de Giorgio de Chirico, de 1914 – “Enigma de um dia” – felizmente ficou no Brasil e integra o acervo do MAC-USP (pertencia a ela e a Oswald de Andrade, seu marido em parte dos anos 1920). Alguns acervos importantes, constituídos principalmente por livros e documentos, foram para a UNICAMP, em Campinas: o de Oswald de Andrade e, mais recentemente, o de Sérgio Buarque de Holanda (ironicamente, pois ele é fundador do IEB-USP). O fato de se residir em São Paulo pode favorecer o encontro com descendentes ou parentes ou contraparentes de modernistas históricos e o que acontecerá é que você, um aficionado das artes e, em especial, do que produziu o Modernismo brasileiro verá que sabe mais sobre os parentes do que eles que, por sua vez, ficarão espantados pelo que você sabe. Daí é que, como professor em diversos níveis e em algumas escolas, pude encontrar e conversar com os meninos Krug, portanto, parentes de Anita Malfatti, recebi por uma aluna um recado de uma sobrinha neta de Tarsila do Amaral, fui professor de dois Silva Telles, tataranetos de Dona Olívia Guedes Penteado (o MASP possui peças preciosas doadas por sua filha, Dona Carolina da Silva Telles, incluindo uma bela natureza-morta de Fernand Léger, mas a família ainda conserva obras, como ótimas peças de Brecheret), dois Silva Prado, parentes de Paulo Prado, uma neta e um contraparente de Lasar Segall, um neto de Oswald de Andrade, uma sobrinha de Patrícia Galvão, a Pagu, um bisneto de Gregori Warchavchic.

            Lá pelos anos 1920, Dona Olívia Guedes Penteado dizia que, quando as vitrines do Mappin Stores começavam a ficar boas, era sinal de que se tinha de retornar a Paris! O Modernismo foi um fenômeno europeu, que se difundiu pelas Américas, que acabaram por se constituir numa espécie de extensão daquela civilização. Coube a São Paulo o papel de centro irradiador do Modernismo no Brasil. (Que imagens da São Paulo dos anos ‘20 teriam guardado, entre outros, Blaise Cendrars e Marinetti?) Este texto termina aqui, porém, poderá ser corrigido e sofrer acréscimos por aqueles que, sabendo mais, ainda tiverem boa-vontade para tanto. O Google auxiliará aqueles que são sedentos de imagens.

Omar Khouri, março de 2013

Texto escrito por solicitação de Roberto B. Menezes para a Revista Substânsia

 

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