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HUMANOS SERES
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TITO MADI

             

            Se alguém me perguntasse quem é a pessoa mais simpática do mundo, eu diria: a mais, não saberia dizer, mas, dentre as que conheci e conheço, posso citar uma moça que há muito reside nos EUA, a Soninha Gaiani e dois rapazes da família Madi: Reinaldo, que é meu primo e Tito, o músico-cantor. Tito Madi é possuidor de um beleza/bondade que brota de dentro e que parece ser uma marca da sua família. Amor e Alegria de Viver sempre acompanharam seus pais - é o que me conta deles minha mãe.
            Bem, Tito Madi aprendi a gostar desde muito cedo, primeiro pelo fato de ele ter nascido em Pirajuí e por ser cantor, também autor, de maravilhas como "Não diga não" e "Chove lá fora", composições que parece que sempre soube de cor; em segundo, por ser descendente de árabes libaneses como eu e ser parente de meus pararentes (uma das irmãs de minha avó materma era casada com um Madi).
            Do Rio de Janeiro, anos 50, Tito Madi chegou ao sucesso nacional, cantando composições suas de uma forma terna, suave, com uma afinação irrepreensível, sem trejeitos nem cacoetes daqueles que, ainda pensando estar na era dos captadores dinossáuricos, não perceberam que o microfone havia evoluído a ponto de permitir maviosos cantos configurados por vozes pequenas, mas sábias. Era o caso de Tito Madi, que teve os seus precursores e que entra, ele mesmo, como precursor da Bossa Nova, que estouraria nacional e internacionalmente.
            Tão pouco ou quase nada daquele bel canto que insistia em massacrar os ouvidos dos radiouvintes e, também dos telespectadores. Tito Madi, que chegou a conviver com o admirável João Gilberto (este radicalizou a coisa que chegou às últimas conseqüências com o canto-sussurro de Walter Franco), criou escola: muitos dos cantores cuja contenção chega a ser a marca registrada, têm apontado Tito Madi como o seu mestre. 
            Tito Madi, há tempos anda mais ou menos fora da mídia - entenda-se: TELEVISÃO - mas é sempre evocado por aqueles que de fato conhecem a MPB e o papel importante que teve para ela esse rapaz, que canta na noite, como é tão comum entre grandes nomes que atuam fora do Brasil (aqui, é aquela coisa de programas de televisão e os mega-shows, com suas coisas de sempre).
            Lembro-me das passagens de Tito Madi por Pirajuí, quando ele, já famoso, ainda solteiro, vinha visitar parentes e amigos. Vi-o algumas vezes - poucas - na TV, presença de classe, cantor impecável. Nos anos 80 ele estava se apresentando em São Paulo, numa casa noturna, à Rua Santa Isabel, chamada VIVA MARIA; encontrei-o, à noite, ali perto, numa banca de revistas da Amaral Gurgel. Aproximei-me e me apresentei; ele me recebeu calorosamente e perguntou de algumas pessoas de Pirajuí e me convidou para ver a sua apresentação. Despedimo-nos. Eu não fui ver o seu show. Andei comprando os CDs encontráveis nas lojas. Cada vez mais penso no como ele é um fino intérprete e quando terei - de novo - oportunidade para ver uma apresentação sua... OMAR KHOURI

 


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