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HISTORINHAS DE POETAS
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QUALIDADE DA PRODUÇÃO ARTÍSTICA/POÉTICA

 

            Seria mera ilusão pensar que tudo o que os geniais poetas escreveram é coisa digna de nota. Há peças bastante ruins de grandes poetas e artistas em geral. Cheguei até a sugerir, numa prosa de ficção meio humorística fazer-se uma antologia dos piores poemas dos melhores poetas do mundo. Nessa coisa de obra ruim, ninguém que tenha produzido obra vasta - de Camões e Shakespeare a Bandeira e Fernando Pessoa - escapa. Porém, é óbvio, o que interessa é o que o poeta, artista tenha produzido de melhor. Lembro-me de ter visto, no Guggenheim, em NYC dois dos piores Renoirs do mundo (os MASP possui uns dois ou três horríveis e uns outros tantos bons). É claro que numa obra de muitas páginas escapem coisas menos boas e até mesmo ruins. Afinal, é tão pouco o que realmente vale, para ficar com Pound e o próprio Pessoa que, sendo um escrevedor compulsivo, primou pela qualidade, mas deixou escapar peças que não fariam a grandeza de nenhum poeta. Por outro lado, poetas tidos como menores em seu tempo, produziram uma ou outra peça isolada que acabam por ser antológicas e, nisso, equiparam-se aos melhores, mesmo não tendo um número grande de poemas com aquele qualitativo. Há os que aproveitam a carona e vão na onda da qualidade dos companheiros. Há os que mesmo sendo excelentes, ficam minimizados pela grandeza de alguns companheiro de aventura (e aqui citaria o caso dos fauves: Vlaminck, Derain, Marquet, Dufy que, mesmo sendo mais que bons, ficaram pequenos diante da obra monumental e genial de Henri Matisse. O mesmo se diria dos outros cubistas frente a Picasso. E Picasso sempre teve como parâmetro contem-porâneo ninguém mais, ninguém menos que Matisse!). Daí é que, de tudo o que alguém produz, é muito pouco o que realmente conta, ou seja, o que acrescenta algo à tradição em que se insere a obra, é um mínimo. No mais, é um exercício de reiteração. É fazer porque aquilo responde a uma necessidade interior, como a linguagem com informação estética responde a uma necessidade como quando a linguagem encarna qualquer outra função que não a função poética. OMAR KHOURI

 



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